Entrevista com Maria Suely, estudante da 8a série da escola São José. Na íntegra.
Ela responde perguntas sobre o projeto e assuntos relacionados a informática, inclusão digital e tecnologias.
Entrevista com André, estudante da 8a série da escola São José. Com cortes.
Ele responde perguntas sobre o projeto e assuntos relacionados a informática, inclusão digital e tecnologias.
Era uma casa muito engraçada Não tinha teto, não tinha nada Ninguém podia entrar nela, não Porque na casa não tinha chão Ninguém podia dormir na rede Porque na casa não tinha parede Ninguém podia fazer pipi Porque penico não tinha ali Mas era feita com muito esmero na rua dos bobos numero zero
Interpretação de Maria Suely
O poema de Vinícius de Moraes deixa-nos pensar em uma casa que só existe em nosso pensamento.
Ele deixa-nos navegar em nossas imaginações, em rios de pensamentos, pois não podemos ver uma casa que não tem parede nem si quer teto, deixa-nos á imaginar esta casa de numero zero.
Interpretação de Sara Alves
Essa casa pode ser comparada a um útero onde a crinça se encontra durante a gestação . Um ambiente agradável, onde não a teto, parede ou pizo, mas é um lugar onde a criança se sente bem, recebe o carinho, o amor dos pais e famíliares . Apesar de não ter paredes com tornos para colocar rede, a criança é embalada por sua mãe todos os dias, ouvindo canções e recendo carinho .
Quando o autor fala no poema " Na rua dos bobos número zero " esse "Zero" pode ser comparado ao o formato da barriga da mãe .
Ciranda da Bailarina é um poema de Chico Buarque de Holanda, musicado pelo próprio escritor em parceria com Edu Lobo. Esse poema foi também gravado por outros interpretes como, Adriana Calcanhoto, Sandy, entre outros. O poema expõe o ser perfeito que uma bailarina aparenta ser, sempre tão linda a dançar com sua postura imponente e seu sorriso inspirador, sua fala é tão baixinha e correta, dentre outras coisas pertinentes.
Ciranda da BailarinaChico Buarque de Holanda
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Berruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem
Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem…
José é um poema de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Paulo Diniz que obtem o nome "E agora José?". A figura de José vem nesse poema, justamente como representação de um problema coletivo. O poema todo está centrado na reflexão sobre a existência de José que resiste e segue vivendo. Começa e termina de forma interrogativa o que vem enfatizar o problema do direcionamento da existência.
José Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
A Rosa de Hiroshima é um poema de Vinícius de Moraes, musicado por Gerson Conrad na canção A Rosa de Hiroshima da banda Secos e Molhados. Fala sobre a explosão atômica de Hiroshima. O poema alude aos Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki da Segunda Guerra Mundial.
A Rosa de Hiroshima
Vinícius de Moraes
Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada